Essa questão escutada frequentemente nas palestras realizadas nas escolas chama especialmente a atenção porque as gerações anteriores não escolhiam a profissão em uma faixa de idade distinta. Provavelmente, a impressão dos pais de que seus filhos são novos e imaturos para fazer escolhas bem fundamentadas tem relação com a superproteção que os jovens recebem nos tempos atuais. Para corroborar, então, a ideia de que imaturidade não combina com escolhas acertadas, aconselham os filhos a não se preocuparem caso façam escolhas erradas, “porque têm muito tempo pela frenteâ€. Paradoxalmente, estimulam e bancam tudo o que hoje representa preparo para a vida profissional: cursos em diversas disciplinas isoladas, de idiomas estrangeiros, intercâmbio…
Vários são os componentes dessa contradição no comportamento dos pais. Entre eles, o sentimento de não saber o que fazer devido à culpa gerada pelo excesso de compromissos e atividades profissionais, que os retira do cotidiano dos filhos; a fantasia de que podem blindar seus filhos de qualquer natureza de sofrimento; a certeza de que o mercado de trabalho é altamente competitivo e implacável com profissionais despreparados e, em especial, com os jovens. Quanto a esse último aspecto, levantamento divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) no relatório Tendências Mundiais de Emprego 2012 constata os jovens são os mais atingidos pela crise do emprego: 12,7% dos jovens estão sem ocupação. Eles têm quase três vezes mais probabilidade de estarem desempregados do que os adultos, acrescenta o relatório.
Entendemos que a juventude é uma época de pensar cuidadosamente sobre as escolhas e os desafios do mundo contemporâneo. Evitar que o jovem se confronte com essa responsabilidade não anula os efeitos negativos das escolhas equivocadas. Na Trajeto, testemunhamos o intenso sofrimento dos universitários que reconhecem a necessidade de mudar de curso. É frequente chegarem com a autoimagem comprometida, sentindo-se fracassados e desinvestidos da trajetória acadêmica.
A decisão sobre qual profissão escolher não pode ser feita de forma descuidada. Por essa razão, pais, educadores e especialistas não devem reforçar alternativas que adiem e protejam o jovem desse confronto. A principal dificuldade não é a idade cronológica, tampouco está apenas do lado do jovem. Ao contrário do que se costuma pensar, esse público responde de modo positivo quando são oferecidas ações estruturadoras. Exemplo disso foi a boa avaliação do Projeto Acerte o Rumo, realizado por cinco anos consecutivos, atingindo 6 mil estudantes do Ensino Médio da rede particular de ensino.
Coordenado pela Trajeto e contando com o apoio do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Pernambuco (Sinepe/PE), esse projeto consiste de debates entre profissionais destacados em suas áreas e estudantes do Ensino Médio sobre profissões, mercado e tendências com foco na realidade do Estado. Em média, mais de 81% dos jovens atribuÃram os conceitos ótimo e bom ao evento, além de permanecerem atentos à s exposições e formularem questões pertinentes sobre as profissões apresentadas, o mercado de trabalho e as oportunidades em Pernambuco.
Assim, a despeito do alheamento que caracteriza a posição de muitos jovens atualmente, ações atraentes e sérias geram mudanças que revelam que é possÃvel despertá-los para a necessidade de se implicarem em suas escolhas.
Escolher que profissão seguir não é tarefa fácil, especialmente sozinho. Ótimos métodos, boa temática de avaliação, boa dinâmica nos encontros, consultora muito gente boa e ajudou bastante.
Morgana Herdle
Morgana Herdle“Sou psicólogo e psicanalista, moro em Caruaru. Trabalhei doze anos numa escola particular de classe média nessa cidade. Fiz o curso da Trajeto e saà com um projeto que atendia à minha realidade e necessidade institucional.
Fiz grandes amizades e trocas de experiências com diversos profissionais de outras escolas e realidades, o que enriqueceu o meu repertório de ação e intervenção junto à minha clientela. Super recomendo o curso. É uma equipe competente e comprometida. Obrigado a todos pela formação!”
MaurÃcio Ramos