Um paradoxo se evidencia: os jovens sempre foram associados à queles que “serão o futuro do nosso PaÃsâ€, contudo, atualmente muitos deles se mostram alienados aos imperativos de viver o presente. Embora saibamos que a adolescência é um perÃodo de mudanças e descobertas, vivenciadas de modo intenso e imediatista, percebe-se hoje uma desmedida na maneira como se apresentam essas caracterÃsticas.
Efeito do padrão de relação familiar próprio da sociedade contemporânea, em que são criados num ambiente em que não aprenderam a lidar com frustração nem limites, os jovens de hoje se veem paralisados diante das demandas de um mundo globalizado e competitivo. Há uma dificuldade patente em se pensar o amanhã e lidar com as incertezas que encontrarão no meio do caminho.
Alguns exemplos. Entre os jovens da classe média e alta, surge a “geração canguruâ€, constituÃda pelos que prorrogam a saÃda da casa dos pais, para usufruir conforto, comida e roupa lavada, até os 30 anos de idade em média. Em uma sociedade em que a felicidade está vinculada à posse de bens materiais, muitos jovens justificam a demora em alçar voo próprio sob o argumento de que a espera é necessária até poder adquirir um padrão de vida similar. Não desejam abrir mão do que desfrutam, embora percam a autonomia e a oportunidade de batalharem pela própria vida. Isso não ocorre sem consequências. A experiência demonstra que muitos se tornam ávidos por sucesso profissional rápido e bons salários conquistados sem maiores esforços. Desprovidos de condições psÃquicas para tal, suportam pouco o enfrentamento de adversidades e desistem facilmente dos espaços que ocupam quando contrariados.
Outro exemplo é a denominada “geração nem nemâ€, pertencente, especialmente, à classe de baixa renda. Formada pelos adolescentes que não estudam, não trabalham, nem procuram emprego, no Recife já representa 26,6% da população, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e EstatÃstica (IBGE). São 145 mil jovens entre 16 e 24 anos que estão fora do mercado de trabalho e com poucas perspectivas de futuro.
Na contramão disso, a conquista de um lugar no mercado altamente dinâmico e impulsionado pela economia do conhecimento torna-se mais árdua, na medida em que as exigências para o profissional estão cada vez maiores. Nesse cenário, a qualificação e a proatividade tornam-se fatores imprescindÃveis à competitividade. Segundo dados da Pesquisa Anual Sobre Escassez de Talentos 2013 do ManpowerGroup, 68% dos empresários brasileiros queixam-se de escassez de mão de obra capacitada. O que significa que há desemprego, mas sobram vagas.
Esse problema preocupa e deve mobilizar todos – governo e sociedade – para essa questão, especialmente em um PaÃs onde o Ãndice de desemprego entre jovens de 18 a 24 anos é em torno de 13%, segundo o IBGE, e deverá estar no seu melhor momento demográfico em 2022. Ou seja, quando alcançará a maior proporção de pessoas em idade ativa (entre 15 e 64 anos) em relação ao total da população.
Fonte: artigo publicado originalmente na coluna Trajeto Profissional no portal do NE10.
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Morgana Herdle
Morgana Herdle“Sou psicólogo e psicanalista, moro em Caruaru. Trabalhei doze anos numa escola particular de classe média nessa cidade. Fiz o curso da Trajeto e saà com um projeto que atendia à minha realidade e necessidade institucional.
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MaurÃcio Ramos